quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Bem-aventurados os que choram... (Mateus 5:4)

Bem-aventurados os que choram... (Mateus 5:4)





Será  que  são  felizes  os  que   choram?  Que  espécie   de felicidade e essa que provoca o   choro?  Para  que  possamos compreender esse aparente paradoxo,   precisamos  entender  o que e a verdadeira felicidade. Ser  feliz   não  se  expressa necessariamente em risos e gargalhadas, mas numa   satisfação interior de paz e contentamento. Aquele que  tem  capacidade para chorar e a pessoa sensível não somente  as  suas  dores físicas e morais mas  também  aos  sofrimentos  do  próximo.
Sente-se triste porque sabe que transgrediram a vontade de Deus, chora ao  contemplar  milhares  de  homens e mulheres vivendo nas trevas do pecado, O salmista diz: "Os que semeiam em lagrimas, com cânticos de jubilo segarão. Aquele que sai chorando, levando  a  semente para  semear,   voltara  com   cânticos  de  jubilo,   trazendo consigo os seus molhos" (Salmos 126:5, 6). Ver as centenas de pessoas ao nosso redor sem Cristo dói  no coração; e quando   algumas  delas  são  parentes  ou  amigos íntimos, não podemos  conter  as  lagrimas.  No  entanto,   à medida que vamos semeando a Palavra de Deus  e  orando  pela salvação, a alegria começa a brotar em nossa alma. Lembremo-nos das palavras do salmista: "O choro  pode  durar uma noite; pela  manha,   porem,   vem  o  cântico  de  jubilo (Salmos 30:5). Jesus disse:” Bem-aventurados os que  choram, porque eles serão consolados ““.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A ARCA DA ALIANÇA-HISTÓRIA E SIGNIFICADO

A ARCA DA ALIANÇA-HISTÓRIA E SIGNIFICADO



I. História:
A arca da aliança (também chamada "arca do Senhor", "arca de Deus", "arca da aliança do Senhor", "arca do testemunho" e "arca sagrada") era uma caixa retangular de madeira de acácia, medindo cerca de 1,20m de comprimento e 0,75m de largura x 0,75m de altura (Ex 25.10). Seu revestimento interno e sua cobertura externa eram de ouro puro batido. Na parte superior, ao redor, havia uma bordadura de ouro (Ex 25.11). Contudo, a tampa que cobria a arca, denominada de propiciatório (em hebraico kappõret, "cobertura"), era de ouro maciço (Ex 25.17). Sobre o propiciatório, também de ouro maciço, haviam dois querubins, um em cada extremidade da arca com as asas estendidas à frente um do outro, cobrindo o propiciatório (Ex 25.18-20). Do meio deles Deus se comunicava com o Seu povo (Ex 25.22). A arca era a única peça de mobília no Santo dos Santos do tabernáculo (e, posteriormente, do templo) e abrigava cópias das tábuas da lei (Ex 25.16; 2 Rs 11.12), um vaso com maná (Ex 16.33,34) e a vara de Arão (Nm 17.10). Mas quando, numa época posterior, foi colocada no lugar santíssimo do templo de Salomão, "Nada havia na arca senão só as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, ao saírem da terra do Egito" (I Rs 8.9).

Antes da construção do templo, a arca da aliança era carregada por sacerdotes levitas (cf. 2 Cr 35.3) que usavam duas varas de acácia revestidas de ouro, fixas em argolas que ficavam na parte inferior da arca (Ex 25.12-15). Quem tocasse na arca da aliança era passível de morte (cf. 2 Sm 6.6,7).

Segundo o historiador Josefo, a arca da aliança provavelmente se perdeu durante a destruição de Jerusalém pelos caldeus, em 587 a. C., pois na construção pós-exílica do segundo templo (c. de 537 a. C.) a arca já não fazia parte dos utensílios do santuário, o que deveras surpreendeu Pompeu quando em 63 a. C. insistiu, pela força, entrar no lugar santíssimo. F. F. Bruce lembra: "No lugar santíssimo pós-exílico a posição da arca estava marcada por uma plataforma chamada 'a pedra de fundação' (heb. 'eben shattiyyãh)".

Jeremias profetizou o fim da arca da aliança (como objeto e símbolo) assim: "Sucederá que, quando vos multiplicardes e vos tornardes fecundos na terra, então, diz o Senhor, nunca mais se exclamará: A arca da aliança do Senhor! ela não lhes virá à mente, não se lembrarão dela nem dela sentirão falta; e não se fará outra" (Jr 3.16). Comentando esta passagem de Jeremias, R. K. Harrison diz: "A presença de Deus em Sião fará desnecessária a arca e outros objetos de culto com sua majestade, porque estes são somente símbolos da realidade de Deus. Na Jerusalém celestial de Ap 22.5 o sol também estará fora de moda. Até esta época ainda precisamos de alguns lembretes materiais da atuação de Deus, para auxiliar a fé".

II. Significado:
A arca da aliança possuía dos significados distintos. O primeiro era simbolizar a presença protetora e orientadora de Deus no meio do Seu povo. No recôndito do santuário o Senhor revelava Sua vontade aos Seus servos (Moisés: Ex 25.22; 30.36; Arão: Lv 16.2; Josué: Js 7.6, etc.). Justamente por ser símbolo de Deus com Seu povo, a arca da aliança desempenhou um papel importantíssimo, como por exemplo, na travessia do rio Jordão (Js 3.4), na queda de Jericó (Js 6) e na cerimônia da memorização do pacto, no monte Ebal (Js 8.30-35).

O segundo significado, que na verdade é a expressão maior do primeiro, tem a ver com Jesus Cristo. O Dr. D. D. Turner observa: "A arca tipificava o Senhor Jesus Cristo que intercede por nós detrás do véu". E ainda: "Verifica-se melhor a tipologia da arca em Números 10.33: 'A arca da aliança do Senhor ia adiante deles caminho de três dias, para lhes deparar lugar de descanso'. Jesus Cristo, o antitipo da arca, vai adiante dos Seus remidos explorando o caminho através do deserto deste mundo pecaminoso, e levando o Seu povo até à Canaã celestial". E conclui: "Assim como a arca ficou nas mãos dos filisteus durante certo tempo (cf. I Sm 5 e 6), o Messias foi cativo no sepulcro, mas depois ressuscitou com triunfo".


Esperamos que estas rápidas considerações sobre a arca da aliança tenham sido de alguma forma esclarecedoras para você. Que Deus o (a) abençoe.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Bem-aventurados os humildes de espírito... (Mateus 5:3)




Bem-aventurados os humildes de espírito... (Mateus 5:3)

Hoje  iniciamos  uma  serie  de  meditações,   baseadas    nas bem-aventurança  do  Sermão  do  Monte.  Outra   versão   da primeira  palavra  de  cada  verso   e  felizes,   que  também expressa adequadamente o sentido de cada benção  mencionada. A verdadeira felicidade resulta da assimilação de  todas   as qualidades relacionadas nessas bem-aventurança.

Quando Jesus desejou usar uma ilustração para ensinar a seus discípulos o   significado  de  humildade,   Ele  colocou  uma criança no meio deles e disse:   "Portanto,   quem  se  tornar humilde como esta criança, esse e o maior no reino dos céus" (Mateus 18:4). Tiago diz: "Deus resiste  aos  soberbos;   da, porem, graça aos humildes" (Tiago 4:6) A humildade não e uma  característica  popularmente  aceita. Muitos identificam as pessoas humildes  como  os  pobres  de bens materiais ou então como indivíduos  sem  personalidade. Nada mais errado! O humilde de espírito reconhece: tudo  que e tem vem das mãos de Deus. Reconhece o senhorio de Cristo em sua vida. Esta tão envolvido  no  serviço  a  Deus  e   ao próximo que não se preocupa em reivindicar os seus direitos. E um crente dado   a  oração,   procurando  sintonizar  a  sua vontade com a de seu Pai celestial.

Os humildes conhecem a verdadeira felicidade porque no trono do seu coração esta o Senhor Jesus Cristo.  Ele  e  o  maior exemplo de humildade que já   viveu  entre  os  homens.  Tudo estava em suas mãos, todo o poder estava investido nele,   no entanto, entregou-se a si mesmo por amor a nos.

Oremos ao Senhor como nos ensina o hino: Mais de Cristo eu quero ver, Mais do seu amor obter, Mais da sua compaixão, Mais da sua mansidão.

Mais, mais de Cristo! Mais, mais de Cristo! Mais do seu puro e santo amor Mais de ti mesmo, o Salvador!


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

NÃO TOQUE!!!!!




Não Toque
 
Uma cadeira está no meio da praça com um cartaz pendurado nela dizendo: "NÃO TOQUE".
O Mímico curioso que por acaso passava pelo local percebe a cadeira e se aproxima. Rodando em torno da cadeira ele tenta entender o que há de errado com ela. Sem chegar a conclusão alguma, o curioso passa a frente da cadeira e olha para a esquerda e para a direita, observando se ninguém aparece.
Vendo que "a barra estava limpa", o curioso pega o cartaz (disfarçando e cheio de confiança) e o joga no chão , desprezando-o. Enquanto olhava para o cartaz no chão, o curioso sem perceber apoia-se na cadeira.
 Após achar graça do cartaz caído no chão, o mímico percebe ao tentar ir embora, que sua mão ficou colada na cadeira (a mão e a cadeira permanecem imóveis embora o curioso esforce-se em descolá-la ). Neste instante, outro mímico, o amigo, passa pela frente da cadeira com o curioso colado. Imediatamente o curioso disfarça, acenando para o amigo que então continua seu passeio.  Após o amigo se afastar o curioso começa a ficar impaciente . Ele coloca a outra mão no acento da cadeira para tentar descolar a primeira. Então percebe que sua segunda mão fica colada também . Faz força, levanta a cadeira, sacode, e imediatamente disfarça quando percebe que o amigo se aproxima novamente. O curioso sorri sem graça e finge estar fazendo exercícios.
O amigo acha estranho, mas depois olha para a platéia e elogia o curioso. Faz sinal de aprovação e continua seu passeio. Tão logo o amigo se distancia, o curioso recomeça a tentar se descolar. Ele está realmente nervoso agora. Joga a cadeira para um lado, joga para o outro, coloca o pé no acento para se apoiar, mas o pé escorrega e ele acaba sentando na cadeira, totalmente colado agora.
 Enquanto o curioso se sacode, o amigo se aproxima, estranhando a situação. Desta vez o curioso não perceba a aproximação do amigo, e não disfarça. O amigo começa a perceber o que está acontecendo. Encontra o cartaz caído no são e entende a situação.
Mostra o cartaz "NÃO TOQUE" para a platéia fazendo cara de quem diz: "agora estou entendendo...".
O amigo então se propõe a ajudar o curioso. Ele explica que vai orar a Deus para que Ele o descole da cadeira. O curioso que continua com uma cara de revoltado com a situação, não faz muita fé na eficiência da oração do amigo que mesmo assim não desiste. Dobra os joelhos e ora com um rosto que demonstra sinceridade, simplicidade e fé. Enquanto isso o curioso que estava olhando a oração com cara de revoltado, descola-se completamente.
Surpreso, o curioso se levanta com o rosto alegre e festeja com seu amigo. O amigo então pega o cartaz e entrega para o curioso que aceita de boa vontade o mesmo. O curioso coloca então o cartaz de volta na cadeira.

O amigo concorda com o curioso, mas após o cartaz "NÃO TOQUE" que esta colocado na cadeira, ele apanha -o e vira o cartaz que agora diz: "PECADO". 

domingo, 24 de novembro de 2013

5 PEDRAS e 5 SIGNIFICADOS



                                                             
Texto Base : I Samuel: 17:23-53

Israel há muito tempo vinha de lutas e pelejas com os Filisteus.

Os Filisteus eram um povo que desde os tempos de Abraão vinham sabotando o povo de Israel, que agora tinha um rei chamado Saul.

Agora havia mais uma batalha à frente.  De um lado do monte os Filisteus e do outro os Israelitas.  E ali, eles de repente do meio dos Filisteus viram um gigante de 3 metros de altura. 

Aquele gigante começou a desafiar os Israelitas (será que tem Homem forte o bastante para me derrotar ?).  E por quarenta dias os Israelitas ouviram esta afronta.

E quantas vezez o inimigo tem se levantado contra nós nesses dias ?.

Vers: 28 : .... Por que descestes aqui ? .....  Situações que vem saquear a sua Paz, sua alegria, sua unção, seu ministério, tirar a sua paz interior, tirar a tua comunhão com Deus, com os teus Irmãos em Cristo. (Deus tem um plano para te livrar !...)

Vers: 33 ... Ainda és moço ... Pessoas que acham que você não é capaz de fazer algo, que você é um inútil, que você não é inteligente o bastante para assumir algum ministério etc...
Mas Davi era corajoso e tomou ali uma decisão, tomou uma posição de guerreiro.

PEGOU 5 PEDRAS E COLOCOU EM SEU ALFORGE E FOI DE ENCONTRO COM O INIMIGO .

1º) PEDRA – Sair da sua vida rotineira, Religiosidade, de mesmice, e ir para a
 frente, ir para a batalha, não desanimar, não desistir e nem olhar para   
 o tamanho do seu inimigo.   (Não entrar no comodismo)
-         Exemplo: há se tem alguém fazendo então eu não preciso ajudar, não precisam de mim.

-         Tem gente que antes de se converter era doidão, maluco, topava tudo para mostrar para os amigos que era bom, agora depois de crente, virou um babão-faz-nada, não evangeliza, não prega, tem vergonha de dizer que é crente, não ajuda em nada. (Tiago:  2:2 – Diz que a Fé sem obras é morta).

2º) PEDRA – Permanecer na batalha mesmo com os falatórios, com as pedradas
dadas pelo inimigo e até mesmo irmão, mesmo que alguns se levante contra você não desista, permaneça na guerra não fuja.
-         Os irmãos de Davi se voltaram contra ele, chamando-o de PEQUENINO, MALDOSO E INCHERIDO.

3º)  PEDRA – Hoje é dia de você se revestir de toda autoridade que Deus te deu,
  declarando o poder dos céus sobre você (ISAÍAS:61:1-3).
-         Davi foi até Saul dar testemunho de todas as suas vitórias e livramentos que Deus dera a ele quando pastoreava e vinham os ursos, ha onde estão os teus testemunhos de vitórias, o que Deus tem feito por você, - Nada ?... Então fale as outras pessoas .

-         Davi rejeitou as armaduras humanas e tomou o poder de Deus.

4º) PEDRA -  Você tem que buscar uma estratégia em Deus, para que o teu gigante
cai por terra.  Vá contra o inimigo em nome de Deus.
Davi profetizou sobre Israel – Profetiza sobre a sua vida !...

5º) PEDRA – Tomar os despojos do Inimigo junto à Cristo Jesus
-         Zacarias: 9:12  – Tudo o que foi roubado o Senhor restituirá em dobro.

-         I Samuel: 17:53 – Então voltaram os filhos de Israel de perseguirem os Filisteus e despojaram os seus arraiais.

5 PEDRAS, 5 SIGNIFICADOS


1º) Pedra = Significa o Inconformismo e Rebeldia.
2º) Pedra = Significa Ousadia e a Esperança
3º) Pedra = Significa revestimento e Autoridade e da Prontidão
4º) Pedra = Significa Estratégia que derruba o Inimigo

5º) Pedra = Significa Pedra angular, Jesus Cristo nossa Vitória.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Por que Canaã foi amaldiçoado no lugar de Cam?



Todos os amantes das Escrituras já se depararam com uma pergunta inquietadora: Por que Canaã foi amaldiçoado no lugar de Cam? Visto que as maldições e bênçãos sobre os três filhos têm em vista seus descendentes, não é de estranhar que a maldição recaia sobre o filho de Cam, e não sobre o próprio Cam (Gn 9.18-22), especialmente em razão de Deus já haver abençoado este justo sobrevivente do dilúvio (Gn 9.1). Prezados leitores [as], quem pode amaldiçoar aquele que o Eterno abençoou?  Leia atentamente Gênesis 9.1

Como o filho mais jovem injuriava a seu pai, assim  a maldição recairá sobre seu filho mais jovem, que presumivelmente herda sua decadência moral (cf. Lv 18.3; Dt 9.3). Em adição aos cananitas, os descendentes de Cam incluem alguns dos inimigos mais ferrenhos de Israel: Filístia, Assíria, Babilônia (cf. Gn 10.9-13). Por trás da profecia de Noé está o conceito de solidariedade corporativa. A justiça de Noé é reproduzida em Sem e Jafé; sua imoralidade, em Cam. A imoralidade de Cam contra seu pai estará estigmatizada em seus descendentes; e a modéstia de Sem e jafé, nos seus.

O erudito Cassuto explica a expressão “servo dos servos” (Gn 9.25): ‘Os cananitas se destinavam a sofrer a maldição e a servidão não em decorrência dos pecados de Cam, mas porque eles mesmos agiam como Cam, em decorrência das suas próprias transgressões. A servidão de Canaã é espiritual, não apenas política. A maldição posta sobre Canaã o liga à maldição sobre a serpente (Gn 3.14) e sobre Caim (Gn 4.1). Entretanto, a maldição geral não é exceção. Como a cena deixa bem claro, a diferença entre os prospectos futuros dos irmãos ancestrais pertence à sua moralidade, não à sua etnia como tal.

A família da prostituta cananita Raabe virá a ser parte do povo da aliança (Js 2.14; 6.17-22; Mt 1.5; Hb 11.31), e a família do judeu Aça será eliminada (Js 7). Quando Israel se comporta como os cananitas, a terra os vomita dela também (2Rs 17.20).

A ORAÇÃO NO MEIO DA MAIS PROFUNDA DOR.




O livro mais chocante e doloroso da Bíblia. A Septuaginta diz que Jeremias viu as ruínas de Jerusalém, sentou-se e compôs esta lamentação. É um choro pela cidade amada. O livro é chamado de “O muro de Lamentações da Bíblia”. É lido todos os anos pelos judeus, na comemoração da destruição de Jerusalém. A primeira oração do livro é só uma frase, no fim do versículo 11. Esta é a segunda, um pouco maior. É uma oração no meio da mais profunda dor.



1. VÊ A MINHA AFLIÇÃO – 

Grande aflição. Além da dor pelo que aconteceu, os sobreviventes se matavam por comida (final do v. 20). É dor pelo passado, pelo presente, e pela ausência de perspectiva no futuro. Não há o que fazer. Não sabe o que fazer.Apenas pergunta: 1.12. Autopiedade não ajuda. No momento de aflição, esta é a oração certa: “Vê, ó Senhor, a minha aflição”. A atitude certa em 1.9. Apele para a misericórdia, o ponto fraco de Deus.



2. OUVE OS MEUS GEMIDOS – 

Deus tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. “Gemidos”. Oração não é blábláblá. Muitas vezes é para gemer mesmo. Quem não chorou em oração não sabe o que é orar. É abrir o coração com Deus, derramar a alma diante dele. Muita oração é tagarelice. É o abrir das comportas das emoções. “Não há ninguém que me console”. Deus consola: 2Coríntios 1.3-4. O Espírito é “outro Consolador” (Jo 14.16) pois Jesus é o Consolador. Os homens não podem; Deus pode.



3. VENHA O DIA QUE PROMETESTE – 

Pediam restauração e juízo sobre inimigos. Teste pragmático do AT. Nós, cristãos, não pedimos vingança. Ela pertence ao Senhor: Rm 12.19. Mas devemos pedir o livramento. A crise é boa para aprender. Foram curados da idolatria, para sempre.  É bom para aprender a depender de Deus: 3.22-27. Hora de crescer, de experimentar a cura das feridas emocionais. “Deus pode consertar um coração partido se lhe dermos todos os pedaços”. Peça pelo seu livramento!



CONCLUSÃO

Sofrer nunca é bom. Decepcionar-se, chorar, frustrar-se, nada disto é bom. Mas é nestas horas que devemos nos apegar com Deus. No momento de sua maior crise, quando os amigos o abandonaram, dormindo, Jesus se apegou ao Pai (Jo 17). É um exemplo para nós. Amigos são bons, mas suplicar pela graça e pela misericórdia de Deus é muito melhor.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Bíblia considera o aborto como assassinato?




O aborto cirúrgico dificilmente era possível antes do desenvolvimento das técnicas modernas da Medicina. Nos tempos antigos os fetos só eram mortos no útero quando suas mães faleciam. Exemplo disso é Amós 1.13:

“Assim diz o SENHOR: Por três transgressões dos filhos de Amom, e por quatro, não retirarei o castigo, porque fenderam o ventre às grávidas de Gileade, para dilatarem os seus termos”. 

O que as Escrituras nos ensinam sobre esta temática tão complicada? Em qualquer etapa do feto, Deus o considera um ser humano, de tal maneira que lhe tirar a vida pode ou não ser considerado assassinato?

O Salmo 139.13 indica de modo definitivo que a consideração especial de Deus pelo feto começa a partir do instante da concepção. Assim diz o salmista:

“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe”. 




O verso 16 prossegue: Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir. 


É reconfortante saber que, embora muitos embriões ou fetos sejam abortados deliberadamente, todos os anos, por todo o mundo, Deus tem cuidado do ser ainda informe, tanto quanto vela pelos que já nasceram. O Eterno conhece por ter Ele próprio determinado os códigos genéticos de cada um, e traçou um plano definido para cada vida conforme o verso 16.

Em Jeremias 1.5, diz o Eterno ao profeta, no limiar de sua carreira:

Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.




É certo que essa passagem implica que Deus conhecia esse menino antes dele ter sido concebido no ventre da sua mãe. O Eterno conhece todos os seres humanos, muito antes de sua concepção.  Outra lição que tiramos deste texto é que o próprio Deus é quem forma o embrião e governa e controla todos os processos “naturais” que redundam no milagre da vida humana.  Em último lugar, Deus tem um plano definido para nós, um propósito para nossa vida, de modo que cada pessoa realmente é importante para Deus.

Portanto, todo aquele que tirar a vida de qualquer ser humano, em qualquer estágio de sua vida, deverá prestar contas a Deus (cf. Gn 9.6).  Quando é que um embrião começa a ser uma criatura feita à imagem de Deus? A partir do momento da concepção, no útero, dizem as Escrituras. Portanto, Deus vai requerer o sangue de um feto das mãos do seu assassino, seja o que pratica o aborto seja um profissional, ou um inexperiente, sem preparo profissional.

Concluo com a célebre frase de Henry Miller:

“Não conheço crime maior que este: matar aquele que luta para nascer”.

sábado, 16 de novembro de 2013

JACOB X ISRAEL A METAMORFOSE!


JACOB X ISRAEL
A METAMORFOSE!

Imagine você amigo, que logo ao nascer recebe como presente um nome aparentemente absurdo e desmerecedor.
Pois é… Este foi o meu caso. Quando era criança eu tinha vergonha de falar sobre isso com os meus colegas, pois fui premiado com um nome nada abonador:
Calcanhar! – Parece mentira, não é?
O pior era ter que explicar a eles que meu nome não se referia ao meu próprio calcanhar, mas sim, ao calcanhar do meu irmão gêmeo.
É que eu nasci “segurando” o calcanhar dele. Aí já sabe o que aconteceu: “Olha que graça! Ele está segurando o calcanhar do primogênito: Vai se chamar Calcanhar”.
Como se não bastasse, ao crescer, meu irmão se tornara um cara esperto, malandro e cheio de malicia: Um verdadeiro caçador. Enquanto eu gostava de ficar na minha tenda, era mais caseiro e tinha uma boa dose de ingenuidade.
Para piorar as coisas, nossos atributos físicos contribuíam para eu me sentir inferiorizado: Meu irmão sempre foi mais viril: Quando nasceu já era meio peludo e eu, mesmo adulto, sempre fui “liso”.
Acho que hoje em dia seriamos apresentados como o Popular e o Nerd!
Certo dia, quando ainda éramos jovens, aconteceu um episódio curioso:
Eu estava dentro da nossa tenda cozinhando lentilhas, quando meu irmão chegou da caça – Que contraste! – “O caçador e o cozinheiro!” – Parece nome de comédia, não é?
Ele estava muito cansado, suado e com a respiração ofegante. Ao sentir o cheiro da comida, me pediu que eu lhe servisse um prato. Respondi-lhe, quase que instintivamente que daria a comida, porém sob uma condição: Que ele me cedesse em troca a sua primogenitura. Sem titubear meu irmão consentiu com a idéia e nós fechamos o negocio.
Vários anos depois, devido à idade avançada e à cegueira completa, meu pai decidiu transmitir a herança e a liderança do clã a meu irmão. Parecia lhe que a morte se aproximava.
Naquela época a sucessão era transmitida através de uma benção. Ao primogênito cabia tudo, inclusive seus irmãos, que lhe serviriam como uma espécie de servos – Hoje isso parece tão… Politicamente incoreto, não é?

Para que a benção fosse dada com satisfação, meu pai pediu a meu irmão que lhe trouxesse alguma caça para degustar. E meu irmão… foi a caça!
Enquanto meu pai Isaac esperava pelas iguarias, minha mãe Rebeca, a portadora da mensagem Divina que dizia ser eu o destinado à sucessão, ordenara que eu me disfarçasse, de modo a enganar o meu pai e apanhar a benção. – Eu não curti muito a idéia!

- Minha mãe era esperta, vinha de uma família maliciosa, enquanto meu pai era ingênuo. Sendo assim, porque será que ela gostava mais de mim, o ingênuo, enquanto meu pai gostava mais de Essav, o esperto ? Seria por que os opostos se atraem?
E porque se atrairiam? Talvez seja uma forma de aprender com o outro, cada qual aquilo que lhe falta para atingir o tão almejado equilíbrio?

Desculpem-me a divagação. Mas agora volto ao assunto e prometo não desviar mais:
Conforme ordenou minha mãe, disfarcei-me e com uma atuação meio capenga, convenci meu pai de que eu era seu primogênito Essav, levando a sucessão e a liderança do clã.
Depois que meu irmão descobriu o engodo, tive que fugir, pois ele simplesmente decidira me assassinar. Sob o pretexto de procurar uma mulher para me casar fui me refugiar em Haran, que fica na região da Síria, na casa de meu tio Lavan.

Após partir tive a sensação de ter errado por iludir o meu pai e por ter roubado a liderança de meu irmão.
Será que eu realmente tinha o direito à sucessão? O que faria eu no lugar de meu irmão? E no lugar de meu pai?
Será que eu retornaria um dia às terras prometidas ao meu avô Abrahão? Será que eu continuaria seu legado espiritual? Aquelas terras pertenceriam a mim?
Depois de todas estas questões ainda vinha outra, mais difícil e amarga do que as anteriores, pois esta não se referia a direitos ou a reconhecimento e sim a minha auto-percepção e as minhas próprias deficiências e limitações:
Teria alguém tão ingênuo e inseguro como eu a capacidade exercer uma função tão importante como a liderança da família de Abrahão, portadora da tão valiosa mensagem Divina para a humanidade?

Aqui terminava a primeira fase de minha vida, marcada pela baixa auto-estima, reforçada pelo desprezo paterno, pela comparação de minha frágil figura a de meu valente irmão e, é claro: Pelas marcas deixadas por seu Calcanhar em minha pisoteada personalidade!

A segunda fase, ou melhor, a passagem para a segunda fase começou na primeira noite depois da minha partida, ou melhor, da minha fuga.
Após um longo e cansativo dia de caminhada, deitei-me numa colina para dormir.
Achei que aquela seria uma noite diferente das outras, somente devido ao sono ao relento e aos mosquitos, mas logo que adormeci percebi que a partir daquele ponto minha vida iria mudar.

É que tive um sonho, uma revelação. Enquanto dormia vi uma escada gigantesca que ia da terra aos céus, através da qual desciam e subiam lindos anjos. Naquela ocasião recebi uma mensagem reconfortante: o Criador me assegurara a sucessão na liderança do clã e do legado espiritual de meu avô e também me garantira sua proteção enquanto estivesse em terras estranhas.
Agora eu estava mais sossegado, porem não completamente, pois baseado nas historias de meu pai e avô, sabia que estas promessas não significavam necessariamente vida calma.
De qualquer modo, a experiência havia sido intensa e reconfortante.

Quanto às minhas habilidades referentes á liderança, porem… Ainda tinha muitas dúvidas e questões.

Ao acordar, firmei um pacto com D’us: Se ele me protegesse e me beneficiasse, eu destinaria a Ele o dízimo de tudo o que eu ganhasse. Com o coração carregado com um misto de medo e esperança parti em direção a Haran, a terra de meu tio Lavan.

Por dias caminhei e refleti. Agradeci e chorei. Observei e me observei. Pensei.
Pensei a respeito da vida que tivera até ali, a respeito das expectativas e frustrações que meus pais transferiram para mim e a respeito das comparações e das competições com meu irmão. Imaginei como seria minha vida sem estas cobranças e como seria se eu pudesse ser eu, somente eu. Mas logo me vieram novas e mais complexas questões: Quem sou eu? Não seria apenas um reflexo do meio, da herança cultural e das expectativas que meus pais e avós depositaram em mim? Eu Poderia ser algo alem disso? Teria escolha? Não seria a personalidade de uma pessoa uma espécie de espelho refletindo o meio no qual se vive?

Olhando ao meu redor via o deserto infinito, que no inicio de minha jornada me parecera uma extensão de meu vazio interior. Com o passar dos dias, porem, comecei a alternar: As vezes deserto e as vezes Oasis: Este exílio forçado me faria bem?

Hoje a resposta me parece obvia, pois o que havia por trás destas situações nada mais era do que a invisível, porem presente, poderosa, porem delicada e orientadora mão de Deus, que nos impele sempre à evolução, cabendo a nós a aceitação ou o desprezo de tal dádiva.

Um Poço!

Desde que ouvira a historia de como minha mãe fora escolhida para se casar com meu pai através de um “teste” ao lado de um poço de água, tenho simpatia por poços. Para mim eles representam o conceito de revelação, pois através deles a água, anteriormente escondida nas profundezas da terra, se revela à superfície.

E foi justamente num poço de água que D’us se revelou a mim: Através de sua providência e de uma moça que me deixou apaixonado: Minha prima Raquel, que por “coincidência” viera buscar água para seu rebanho apenas
minutos depois de minha chegada.

Agora eu chegara a meu destino

Quando me dei por mim, já estava sentado no tapete central da grande tenda de meu tio Lavan. Para minha surpresa, me senti muito a vontade, pois a decoração lembrava muito a que havia nas tendas de meus pais: Tapetes de lã tingido, adornos de metal, utensílios e peles de animais pendurados nas paredes, Narguiles, darbucas e outros adornos semelhantes. Não fossem os ídolos espalhados pelo recinto, poderia facilmente pensar que estava em casa:
Outra coisa que caracterizava o ambiente era o forte cheiro do incenso e das velas acesas às divindades que dividiam o espaço com a família.
No inicio fui muito bem tratado. Meu tio contava fatos engraçados e curiosos de sua infância com minha mãe e outras amenidades do tipo. Quanto mais passava o tempo, mais a vontade eu me sentia, pois quase tudo me lembrava meu lar. Até mesmo a comida era parecida: O modo de assar os pães, as carnes dos carneiros, os temperos agridoces e coloridos e os odores e sabores dos chás… Tudo recordava minha família, com a agradável exceção do clima pacífico e ameno reinante, que em nada lembrava o que se passava entre eu e meu desagradável irmão Essav.

Minha vida andava maravilhosamente bem, até que a verdadeira face de meu tio se revelou:
Lavan era um homem dissimulado e perverso, uma versão piorada de meu irmão!
Estaria eu acordando de volta ao pesadelo?

Sim! A resposta teria sido positiva se não fosse a presença de outro fator, muito mais poderoso do que o ressentimento e receio que sentia em relação a meu tio: O amor por minha prima.

Certa tarde, após almoçarmos uma deliciosa costela de carneiro ao molho de vinho e damasco, enquanto saboreávamos um doce a base de pistache e ouvíamos o som dos cantos e dos atabaques de meus primos, meu tio me perguntou:
-Habibi – meu querido – Quanto você vai querer ganhar de seu titio em troca do trabalho que vai desempenhar aqui? Hã?
-Ao sentir o perfume de minha prima Rachel, olhei para seus olhos, que sorriram para mim. Minha resposta fora imediata, nem sei de onde a tirei. Dirigi um olhar firme e decidido para meu tio e com o nariz apontando para sua face cavada respondi:
-Eu quero a Rachel! Trabalharei sete anos por ela! Darei o melhor de mim para poder me casar com a sua filha e a farei muito feliz!

7 anos

-Foram sete anos muito intensos: De minha parte, muito trabalho, dedicação, aumento de produção e geração de riquezas. Do lado de meu tio… Trapaças, mentiras, calotes, maus tratos, péssimas condições de moradia e de trabalho.
Mas, se querem saber a verdade: Não posso reclamar da sorte, pois foi a partir destas experiências que me tornei mais paciente, mais persistente e mais apto a lidar com a trapaça e com a malícia, condições indispensáveis para exercer qualquer tipo de liderança, seja de um povo, ou somente de uma família, o que me animava um pouco, pois ainda me flagrava imaginando meu retorno à minha terra natal para assumir a liderança do clã.

Apesar de todo o mal com o qual fui “presenteado”, senti o passar daqueles anos como se fosse o de dias, pois não parava de pensar em minha prima. Estava embriagado por seu amor e isto entorpecia meus sentidos, de modo a anestesiá-los da dor infligida por meu tio.

O Casamento

Depois do dia do meu nascimento, este seria o dia mais importante da minha vida, com a grande diferença de que desta vez eu não entraria em cena segurando em um fétido calcanhar destinado a me pisotear, mas sim nas macias mãos de minha amada, destinadas a me acariciar, me acompanhar e me apoiar.

Maravilhoso! O ambiente era deslumbrante: Os flautistas e percussionistas mais famosos da região encantavam os convidados com a magia de seus ritmos, que alternavam do hipnotizante lento ao empolgante ligeiro.

Os passos dos mais hábeis dançarinos, através de sua destreza e sutileza puxavam os convidados às rodas de dança, como se fossem invisíveis e delicados laços de ceda. As empolgadas cirandas, por sua vez, faziam par com as chamas de fogo das tochas, numa encantada coreografia.

As iguarias, preparadas pelos mais qualificados “chefs” da região, com seus ingredientes importados e seus temperos exóticos, deliciavam os paladares dos mais mimados convivas, ao mesmo tempo em que despertavam admiração e inveja nas mais esmeradas donas de casa.

Os trajes dos convidados era um capítulo a parte: tecidos das mais variadas texturas , tingidos das mais diversas cores e espelhando os mais variados brilhos alegravam e iluminavam o ambiente, formando trio com os arranjos de flores e com as dezenas de tapetes coloridos estrategicamente posicionados.

A beleza e o deleite eram tão supremos que até mesmo os contrastes se harmonizavam, formando belos e inesperados casais:
Os deliciosos refrescos que regavam nossas gargantas e a secura do deserto circundante; A iluminação intensa de nossas tendas e a escuridão do céu estrelado; A vida rarefeita ao nosso redor e a vitalidade esbanjada nas danças, nas rodas de conversas e nas gargalhadas.
Era tudo uma coisa só. Mas para aquelas pessoas ou elementos que ainda teimavam em permanecer em estado de autonomia, havia um elixir a base de anis, a milenar e tradicional bebida dos desertos, o Arak, que após alguns goles e minutos, terminava por fundir toda aquela beleza, alegria, música, paladares, danças e sentimentos no denso e saboroso caldo do Êxtase!

Mas tudo aquilo tinha um só motivo, um objetivo sublime: A fusão de dois corpos, dois corações e duas almas. Era o meu casamento com minha amada prima, Rachel.
Logo a cerimônia tomaria seu lugar no centro dos acontecimentos, monopolizando todas as atenções e olhares, emoções e expectativas. Evocando memórias distantes que há muito jaziam nas tumbas do esquecimento.
Neste momento tropecei na corda da depressão, pois senti a ausência de meus pais, mas os cumprimentos e desejos de sucesso logo me ergueram a realidade.

Velhos anciões com suas longas e alvas barbas se postavam ao redor do altar, coberto pelo lindo manto estrelado e sob o foco da bela e prateada luz lunar.
Suas longas túnicas, decoradas com misteriosas figuras de astros ou dragões, aliadas ao som da ventania e ao vapor emanado pelas areias outrora escaldantes impingiam um ar de mistério à cerimônia nupcial.
Corujas, calangos e outros seres noturnos, representando o reino animal, assistiam a tudo de uma distância segura.
A noiva chegara. Estava linda, caminhava leve como uma pluma e dela exalava um perfume indescritível, era como se tivesse sido abençoada com os odores das mais cheirosas e delicadas flores.
Sua pele era macia e brilhante, certamente tinha se untado com os mais finos óleos da região.
Seus cabelos estavam diferentes. Nesta noite seus negros cachos estavam mais definidos e brilhantes, parecendo até mais compridos do que normalmente.
O véu que cobria seu rosto era como uma névoa misteriosa; última fronteira entre o explorador e o Paraíso. Ao mesmo tempo em que este adereço me incomodava, me deixava mais e mais ansioso pelo momento em que poderia retirá-lo, desfrutando a sós da beleza e do amor de minha tão amada e esperada Rachel.

A revelação

Depois de findada a festa, a esperada e desejada hora chegara. Estávamos os dois à sós em nossa simples, porem aconchegante morada, construída a base de meu suor e patrocinada por minhas parcas economias, a qual fiz questão de inaugurar somente nesta noite, abdicando de fazê-lo antecipadamente, mesmo que vivendo na precária e semi-destruída moradia cedida por meu tio.
Meu coração estava acelerado, batendo em compasso com meu ansioso corpo e contrastando com meu apascentado espírito.
-Rachel – Dirigi-me a ela com o mais agradável tom de voz encontrado, de modo a expressar minha felicidade e desejo
-Rachel! – Repeti, tendo o silêncio como resposta.
Olhei para sua testa, que me pareceu desbotada, pois ao invés do habitual bronzeado tingido pelo Sol, o que se via era um branco pálido como a cera das velas. E exatamente como esta cera que pinga em gotas ao se derreter, pareciam as lágrimas que rolavam de seus olhos, que evitavam a todo o custo encontrar com os meus.

-Perplexo eu olhava para minha tão desejada esposa, que depois de um simples gesto se convertera na mais desprezada das mulheres:
-Rachel retirara o véu e eis que era… sua irmã Leah!

Aquele fora um momento decisivo na minha vida, um separador de águas, pois os minutos que se seguiram assistiram e testemunharam a primeira vez em que eu confrontei alguém de forma explícita e corajosa, um importante passo na minha evolução e na reconstrução de minha personalidade.
Eu ainda não percebera, mas era a mão de Deus que estava me conduzindo!

Enquanto ouvia meus brados e ameaças, meu tio se fazia de rogado, simulando espanto e admiração por minha reação.
-Sobrinho – Disse ele enquanto me media com seus olhos arregalados e tremedeiros – Por que você está fazendo este escandalo? Quem deve estar surpreso aqui sou eu com esta sua reação emotiva e brutal!
O modo como você esta agindo faz com que eu me arrependa de ter dado minha valorosa filha para você!
Está parecendo uma criança mimada– Arrematou meu tio com seu rosto cavado, encimado pelas sombrancelhas que me observavam dos pés de seu adunco nariz, arqueadas em sinal de desprezo.

-Se você ainda quiser se casar com minha Rachel, deverá servir por mais sete anos. Porem… como uma demonstração de boa vontade, deixarei com que se case com ela daqui a sete dias, com a condição de que complete os sete anos de trabalho. Mas para que isto aconteça você deve começar a se comportar como um homem e não como um descontrolado moleque, senão… Adeus Rachel! He He He!

Aquelas palavras perfuraram meu coração e eu não podia por tudo a perder, então decidi dar alguns passos para trás de modo a tomar distância para um futuro salto. Aceitaria as condições de meu tio, mas daqui em diante, prometi para mim mesmo que eu seria uma nova pessoa, deixaria minha ingenuidade de lado e começaria a me defender, mesmo que para isso tivesse que apelar para truques e artifícios.

Os sete dias se passaram e casei-me com Rachel, a quem dedicava toda minha paixão, enquanto à minha segunda esposa, Leah, eu somente conseguia dedicar, alem do desprezo, as refeições diárias e uma espécie de compaixão, pois afinal de contas, se tratava de uma vitima do mesmo algoz que eu.

As chagas rasgadas pelo sentimento de injustiça que me perfurara nos sete anos seguintes, foram cicatrizadas pelo amor de Rachel e pelo nascimento de meus filhos, que trouxeram consigo carinho, amor e respeito também por Leah.
A estas duas esposas, agora queridas, se somaram suas duas servas, que nos agraciaram com o nascimento de mais quatro filhos.
Rachel, que vivera o drama de assistir a onze partos sem ter gerado, finalmente fora gratificada por Deus com Iossef, que também me trouxera muito alivio e felicidade.

A dificuldade de sustentar e gerir uma família tão numerosa era grande: Ciúmes entre as esposas, rinhas entre os filhos, obtenção de mantimentos e educação adequada. Mas as barreiras enfrentadas nos últimos anos me trouxeram bagagem e repertório mais do que suficientes para lidar com os novos desafios, o que me fez perceber que por trás de meu encontro e convívio com meu tio Lavan, talvez houvesse um plano maior, voltado para a minha transformação de um ingênuo e inseguro rapaz num arrojado e seguro homem apto para liderar o importante Clã de Avraham, portador da sagrada mensagem Divina para a humanidade.

Findados os sete anos de trabalho, já com as bagagens prontas e com os camelos arreados, fui surpreendido por meu tio com uma nova proposta de trabalho, desta vez não haveria nenhuma filha na negociação, o que estava em pauta eram riquezas materiais e eu aceitei a proposta, pois afinal de contas precisava me prover.

Os anos seguintes não trouxeram novidades quanto ao caráter e a ética de meu tio. Trapaças, ofensas e mentiras continuaram sempre suas fieis e inseparáveis amantes.

Quanto a mim, simplesmente vestira minhas velhas roupas de trabalho e retornara a rotina:
-Acordar todos os dias antes da alvorada, alimentar as galinhas, recolher os ovos, apascentar os rebanhos, tosquiar sua lã, ordenhar, regar as plantações, plantar, colher, cavar poços de água, reformar as construções e as cercas e tratar dos animais adoentados. Estas eram as tarefas que ocupavam todo o meu dia, invadindo muitas vezes a noite que eu procurava reservar para os meus filhos e para as minhas esposas.

Agora, assim como antes, cumpria todos os meus deveres com integridade e esmero, porem despido da ingenuidade que me caracterizara e que me expusera aos abusos e artimanhas de meu larápio tio, pois para cada um de seus truques, eu tinha uma defesa e um contra-ataque.

O passar dos anos, aliado ao trabalho árduo, a auto-preservação e principalmente às bênçãos de Deus, nos brindaram com muita riqueza material, o que conseqüentemente atraiu a inveja e as acusações de meus ciumentos e ingratos cunhados:
-Ladrões! – Diziam eles, nos perfurando com seus olhares de nojo e desdém.
-Esta riqueza toda foi roubada! Pertencia a nós! Yaacov, você não passa de um trapaceiro!
-Um vagabundo invejoso!
Minhas esposas ouviam magoadas a estas acusações, mas não podiam fazer nada alem de tentarem me consolar.
-Meus filhos se sentiam intimidados pelos próprios tios e avô, que faziam de tudo para afastá-los de mim.

Quando a situação se tornara insustentável e a pressão chegara a seu limite, veio uma nova revelação:

Lembro-me muito bem daquela noite, o céu estava limpo e o clima fresco. Minhas esposas e meus filhos já haviam dormido e eu ficara deitado meditando a cerca de nosso futuro e das decisões que deveria tomar.
A música de fundo, formada pelo som emitido pelas corujas e grilos completava o cenário.

À medida em que o sono se infiltrava em meu corpo através dos portões oculares e iam se fechando as cortinas das pálpebras, minhas preocupações foram se dissolvendo no infinito caldo da imaginação, que foi sendo substituído pelo Sumo da profecia.

Na madrugada seguinte despertei mais cedo do que de costume. Também estava mais seguro e decidido, pois após a revelação noturna, sabia que devia retornar a minha terra.

Em poucos dias estávamos prontos para partir: Rebanhos reunidos, camelos e jumentos arreados, vestimentas e mantimentos ensacados, tendas desmontadas e guarda montada.
Os servos e as servas aguardavam ansiosamente o momento de partir, juntamente com suas famílias, minhas concubinas, esposas e filhos.

Era madrugada. Todos faziam silêncio e o mais absoluto sigilo reinava em torno de nossa partida. Só se ouviam os grilos e as corujas.
Não queríamos dar chances para Lavan e seus filhos tentarem nos impedir.
A noite era fresca, como nossos ânimos, a Lua crescente tal qual nossas expectativas e o céu cindido em nuvens e estrelas, assim como nossos sentimentos de temor e esperança.

Após três dias de caminhada, enquanto almoçávamos em uma de nossas paradas, Lavan e seus filhos nos alcançaram e irromperam suados em nossa descontraída refeição, chutando nossos alimentos e utensílios e me acusando aos brados de seqüestrar seus rebanhos, filhas e netos.
Desaforo! Humilhação! Vingança e até mesmo morte, foram algumas das palavras que eles empregaram para nos ofender e intimidar. Suas espadas, contudo, mantiveram embainhadas, o que parecia afastar a possibilidade de violência física.

Enquanto meus filhos menores esperneavam agarrados ás suas horrorizadas mães, os mais velhos aguardavam apreensivos por minha reação:
Não tive dúvidas, caminhei de modo rápido e decidido na direção dos invasores e me mantendo numa postura confiante, perfurei suas vistas e ouvidos com olhar firme e voz enérgica, através da qual expressei minha indignação pelo ataque surpresa e por todas as injustiças com as quais haviam me atingido nos últimos anos – Foi uma lista imensa!

Decididamente, esta não era a forma de reagir do Yaacov que eles conheciam e isso os pegara de contra pé, fazendo com que se acuassem como se fossem pobres ovelhas perante “seus” lobos!
Depois que os ânimos se apascentaram, partilhamos uma refeição na qual celebramos um pacto de não agressão, após o qual Lavan e seus filhos partiram.

Ao observá-los, já a várias flechadas de distância, fascinado com minha própria firmeza e coragem, pensei:
-Meu Deus! Como mudei! O frágil e inseguro Yaacov que fugira a vinte anos da casa de seu pai já não existe mais.

Voltei para os meus filhos que me abraçaram e me cumprimentaram expressando orgulho e admiração por minha reação. Esta foi a primeira vez que me senti altivo por uma atitude tomada. Sorri, abracei a todos e me sentei num velho tapete para beber meu chá de hortelã.

Enquanto observava os irmãos imitando a minha discussão com o avô, a ameaçadora imagem de Essav foi evocada como uma assombração em minha mente e então, com o coração palpitando e já começando a suar, imaginei como reagiria se o reencontrasse.
Teria coragem de encará-lo? Olharia firme e falaria alto, assim como fiz com Lavan e com seus filhos?
Se a resposta fosse negativa, então toda aquela metamorfose pela qual eu teria passado seria somente uma farsa? E as dificuldades enfrentadas na casa de Lavan? Teria sido tudo em vão?

Aflito, saí da tenda para refletir. Naquele momento o sol se punha, pintando o horizonte com tons róseos e dourados, salpicados pela tempestade de areia que se aproximava. Enquanto avistava as grandes nuvens de pó, distingui no meio delas o rapaz que eu havia enviado para fazer o reconhecimento do caminho. Ele vinha aflito e assim que chegou me contou a terrível notícia:
-Seu irmão Essav está vindo ao nosso encontro e está acompanhado de quatrocentos homens armados.

-Deve estar com medo de que eu assuma a liderança recebida através da benção de meu pai – Pensei.
Tive vontade de chorar, senti meu coração apertado e uma leve tontura balançou minha cabeça:
Da euforia da vitória à temeridade do fracasso. O advento de uma nova personalidade valente e cheia de coragem seria apenas um sonho do inseguro rapaz? Um delírio?
Naquela madrugada meu coração se derreteu em abundantes lágrimas, nas quais navegaram meus assombros e receios. Meu maior temor era o de que Essav cometesse um massacre de mães e filhos. Este seria o horror supremo, a contradição entre o nosso carinho e a crueldade de meu irmão: Lagrimas e sangue, abraços e golpes, beijos e ofensas: O Amor e A morte.

Depois de alguns momentos observando as mudanças causadas nas dunas pela ventania, pensei:

Amor e A morte… È isso! Que forma melhor haveria de se combater a morte do que com o amor?
Se eu apelar aos sentimentos exacerbados de amor-próprio de meu irmão, talvez isso amenize sua vontade de me matar:
Separei um numero considerável de animais para que a ele fossem levados por alguns de meus servos. Quando eles o avistassem, deveriam se curvar dizendo as seguintes palavras: Estes presentes foram enviados para o senhor por teu servo Yaacov.

Òtima idéia – Pensei comigo mesmo – “Servo Yaacov…!”
Os presentes, talvez o acalmem, mas as palavras “teu servo Yaacov”, certamente anestesiarão seu desejo de vingança, pois o simples fato de ouvir-me chamá-lo de “meu Senhor”, o fará concluir que as bênçãos que recebi de meu pai não surtiram efeito. Para reforçar esta ideia, elogiarei seus atributos de força e valentia enquanto descreverei a mim e a meus filhos como débeis e frágeis.

Já mais aliviado e confiante, me dirigi à tenda, onde beberia um chá e dormiria. Queria estar disposto para o dia seguinte, mas algo Inesperado aconteceu: Fui atacado por um estranho, com a aparência difícil de se definir. Parecia um ser espiritual, uma espécie de anjo.
De seu corpo emanava um tipo de luz e seus movimentos eram muito rápidos. Sem opção pus-me a lutar.
No início somente me defendi, mas com o passar do tempo passei a atacá-lo.
Era uma luta sui-gêneris e multifacetada, pois do corpo, a luta se estendia às emoções, aos pensamentos e ao corpo espiritual.
Após horas de embate, o Ser decidiu se retirar. Percebendo se tratar de algo do alem, pedi-lhe que me abençoasse, ao que ele rebateu, perguntando o meu nome.
-Yaacov – Respondi.
-Seu nome não será mais Yaacov e sim Israel que significa Aquele que lutou contra Homens e contra o Anjo de Deus e venceu.

Do mesmo jeito misterioso que o anjo surgiu ele se foi, deixando como rastro uma efêmera névoa, que logo se desfez.
Em poucos minutos avistei o recém nascido sol vencendo a primogênita escuridão. Seria uma metáfora?
Fiquei parado, estupefato.
Yaacov, o “Calcanhar do irmão” não existia mais…
Eu me tornara Israel, o vencedor!